quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chuva...



Cai por aqui uma chuva, mansa, lenta e calmante. Uma chuvinha...
Cai por aqui, insistente e eficaz, lavando tudo quanto é canto desta cidade,
Da minha cidade, que carece ser lavada, não só no seu asfalto ou calçada,
Mas por dentro, na alma cansada...



Pensando em como definir melhor minhas escolhas, sentei-me em uma cadeira próximo a porta. Era uma tarde de sol, que parecia saber que não duraria muito tempo. As nuvens fofas e brancas foram despedindo-se com sorrisos melancólicos e acenos preguiçosos enquanto eram engolidas por outras nuvens, maiores, negras e cinzas, que foram aproximando-se para logo tomar conta do horizonte.
O vento contrastante e aquele típico cheiro de chuva se fez presente. Fui até cozinha e, nesse meio tempo, desabou. E caíram, levantando e levando a poeira, ensurdecendo-me de paz com seu tilintar de gotas.
Já não fazia tanto sentido em pensar no que fazer da vida, já não havia sentido pensar em nada.

Nossas vidas, ao contrário da chuva, é atemporal... Não permanece como inicia, não é como a chuva que depende do vento para lhe guiar a qual caminho irá cair. Em nossa vida, tudo pode acontecer, é um vendaval sem razão, estamos num sentido, com um único sentimento e pensamento, no entanto como num instante, tudo muda, tudo se destrói e pode acabar.
Porém, há ainda uma semelhança, assim como a chuva desbota as cores das casas, desgastam o brilho de um prédio, a vida nos proporciona lágrimas que desbotam a alma, desgasta o brilho do ser...
E, talvez esperamos pelo fim da chuva, que lava tudo, esperamos o fim de um dia triste e que lave todo o sentimento ruim que pode conter um coração frio e talvez solitário.

A chuva trás consigo uma reflexão do que somos, do que temos…
E daquilo que realmente queremos… Estar só enquanto a chuva cai pode ser deprimente…
se não houver ao menos alguém em mente que possa aquecer sua alma.

A chuva, qualquer que seja ela, nos dá frio.
E não é aquele que um casaco possa resolver…

Ao nos molharmos repentinamente, muitas vezes enxarcamos nossas almas para não ficarmos sozinhos…

São pensamentos saudosos de alguém que já se foi…
São dores de amores também idos…

Chove.

As pessoas fecham portas e janelas…
Matéria. Pura matéria!

Nada se resolve, a chuva continua cair... E deixa a vida como uma fotografia preto e branco, como uma fotografia antiga para somente relembrar!..

Continua chovendo aqui... e ai?

bjO.

musica q tem td a ver com esse momento nostalgico!.. letra lá embaixo.



É o Que Me Interessa
Lenine

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
A sombra é uma paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa

2 comentários:

Joanna disse...

caramba daan *-------*
você escreve super mega hultra perfeitamente *--*
ameii,amei (lll)³
teamoabsurdamente (lllll)³

Lua disse...

oii
Nossa, adorei seu post, muito significativo. E sabe que estava chovendo hoje quando eu fui pra escola?
Sabe, a chuva pra mim é curiosa. É tudo isso que você falou hoje, e amanha já é diferente. Ela sempre provoca em mim sensações diferentes.
Seja como for, espero que ela tenha lavado sua alma e levado tudo de ruim.

Ah, otra coisa legal eh identificaar com o momento uma musica! É mágico, viu?!

Ei, como você conheceu meu blog?

Ahh, aqui já parou de chover, e aí ?
Bjos